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Mostrando postagens de março, 2018

Más(caras)

E se eu abrir as cortinas e acender as luzes? E se eu te convidar para vir ao meu palco? E se eu puxar a cadeira e te convidar para um encontro? E se eu quiser ser a protagonista dessa história? E se eu mostrar os cenários em que andejei? E se eu desvelar as máscaras que já usei? E se eu tirá-las, ainda me olharás com candura? E se eu deixar você me tocar? E se eu te convidar para dançar na chuva que molha aqui dentro? E se eu te convidar para ir a todos os lugares que deixei um pedaço, qualquer, de mim, e também em todos os lugares em que eu sequer estive? Estarás nos meus pulmões quando me faltar ar? E se eu abrir o universo dentro da porta dos meus olhos? E se meu silêncio falar mais alto? Tu ainda me olharás? Com que olhos? Com que olhar? Irás me convidar para brincar? Dirás aleluia quando a Onipotência chegar? Estarás ao meu lado se alguma parte de mim quebrar? Estarás comigo quando minhas más(caras) vierem a se revelar? Saiba, você está no meu

Café.

Como um cheiro de café, me embalas em poesia. Como um cheiro de café, reténs o aconchego dos corações quentes e leves das mães. Como um cheiro de café, tens sentimentos e sabores. Como um cheiro de café, borras todos os sentidos cá em mim. Como um cheiro de café, és estação de um ano inteiro. Como um cheiro de café, transbordas em amores. Como um cheiro de café, revogas todos os dissabores. Como um cheiro de café, tens o sossego. Como um cheiro de café, tens a minha química predileta. Como um cheiro de café, possuis o amargor e a doçura das emoções. Como um cheiro de café, remontas em minhas memórias. Como um cheiro de café, implodes em minhas saudades. Como um cheiro de café, teu sorriso bucólico. Como um cheiro de café, jaz o extrato do meu coração desafinado. Como um cheiro de café, nutres o perfume da felicidade. Como um cheiro de café, um jeito de felicidade. Como um cheiro de café, despertas o amanhecer. Como um cheiro de café, tens os ensejos;

A Sorte.

Joguei uma dezena e fiz dez mandingas para ver se te encontro em alguma esquina. Apostei uma centena, me perdi na terceira ordem, e não enxergo teus passos. Já tentei jogar a milhar sob as estrelas, mas não te alcanço. Unidade efêmera. Joguei moedas e não tive sorte. Acendi à fogueira, joguei o jogo das rosas. Consultei os búzios, mas os orixás metem a direção. Me perdi nas cartas de tarô. Em que astrologia você se encontra? Em que casa do zodíaco você mora? Em que órbita você se esconde? Em qual lua te encontro? Em qual oceano? Eu joguei o jogo. Ah... Grande amor, se eu não te achar, eu te invento. É sorte? Bruna Pinto.

pra você dar o nome... *

Hoje, não quero similar a luz com a escuridão, a vida com a morte os teus olhos com poesia. Hoje, como ontem, me sinto em sinestesia. Amanhã será amanhã.   Pode ser? A vida é esférica e eu não sou um parágrafo. Quantos quereres cabem em mim. Hoje, não queria fazer rimas e nem projetar adjetivos para que teus olhos possam se agraciar. Hoje, quero ser mais que verbo. Hoje, vou ser pronome. Hoje quero apenas correr para fora das paredes. Agraciar um pedaço do céu, tomar banho de chuva. Hoje eu quero escalar o vento, sentir o cheiro da terra molhada e dançar uma ciranda. Hoje, quero poder ver o arco-íris nascer, a semente florescer e os frutos colher. Hoje, eu quero sair pra brincar, amar, cantar, sonhar. Em... 5, 4, 3, 2, 1... Estou mandando o medo ir embora. Hoje a coragem bateu na minha porta. Hoje, quero abrir os olhos e não quero atalhos. Hoje, quero me despir. Há tantas verdades nas verdades e mais verdades ainda. Não quero estar entre os classifi

Minh ‘alma?

Imagem
Preciso tragá-la vez em quando. Somos loucas, uma pela outra. Vivemos assim: vez outra eu n’ela, vez outra Ela em mim. Bruna Pinto.

O Beijo

Eu beijei o céu das minhas faces. Cada Eu, cada verdade, toda mentira, cada ilusão, todas as palavras repetidas e rimas contidas. Fechei os olhos e enxerguei labirintos, chaves coloridas, estrelas em dias de chuva, em dias de lua; centrífugas. Eu beijei o rio que corre em minhas entranhas. Cada barulho, cada silêncio, todo festim, cada ilusão, todas as borboletas que borbulham feito bolas de sabão. Eu beijei os deuses que habitam em mim. Intentos, intensos, dedilhando cada cômodo inteiriço em mim. Eu beijei o chão dos teus pés. Mergulhei, afundei, sublimei. Eu gritei! Gritei como uma mariposa que atravessa a luz. O fogo oculto que transforma. Eu beijei. Tu beijaste. Ela beijou. Nós beijamos. Vós beijastes. Elas beijaram. Conjugaram-se ! E o beijo foi no meu chão. Cosmos em plena radiação. Eu beijei. Mas beijei o universo que eu-sou. Bruna Pinto.

Ela

Ela é um banho de anil. Ela é Luz, Furta-cor, índigo. Ela é mais do que fitinhas co lo ri da s . Ela é proteção. Ela é corante, substância que pigmenta a razão. Ela é um mapa de curvas que vibra, inebria. Ela abre alas, abre as cortinas amareladas. Ela é porta-bandeira, flor da laranjeira. Ela é o encanto das águas. Ela é um sorriso, um toque, um Gin. Ela é um átomo feito de histórias. Ela é um verso de Tom Jobim. Ela é corajosa, espada preciosa. Ela é destilada. Ela é um encontro embriagador. Ela é um balanço no quintal. Ela é linda. Ela é uma vírgula, respiração que finda. Ela é 1ª pessoa, ela é pronome, ela é singular. Ela é o canto da cigarra em pensamentos. Ela é camaleoa. Ela é mulher. Mulher que brilha, mulher florida. Ela é apenas Ela entre tantas Elas. Ela é tudo, e tudo é só isso. Bruna Pinto.

A DOSE

Uma dose de whisky para desfazer esse nó na garganta enquanto enxergo pro que tenho visto acontecer diante dos meus olhos. Duas doses de Whisky para derramar toda culpa em você. Três doses de whisky enquanto escuto música. - Estou no último volume. Quarta dose de whisky e ainda sentindo teu cheiro em cada cômodo do meu corpo. Quinta dose de whisky e chorando pelo meu próprio caos. Sexta dose de whisky e começo a te xingar, a derramar tinta preta nas paredes e a maldizer teu nome. Sétima dose de whisky e já estou dançando uma música qualquer. Oitava dose de whisky e me pego rindo. Acendo até um cigarro para tornar tudo mais inspirador. Nona dose de whisky e tropeço nas suas  mentiras . Décima dose de whisky e me desfaço dos teus trapos, de tudo que é você, incluindo uma parte de mim. Décima primeira dose de whisky e começo a ter alucinações auditivas. Em um segundo ouço sua voz dizendo que nada disso é verdade. Mas no próximo, percebi q