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Mostrando postagens de agosto, 2018

Escudo Mudo

A minha alma é um escudo mudo. É uma melodia de Chopin. É o silêncio de Bethoven. É a discalculia do meu infinito. É a fração do inteiro que coube em mim. E coube. O vazio cria formas e não é mais vazio. A minha alma é uma epifania. Tão peculiar como um cheiro de jornal. É um salto para a insanidade. É a confusão das cores embrulhadas em fitas de cetim. É uma armadura bordada. São reticências que ecoam ao vento. É a solitude plena de alguns goles de Whisky. É como titubear, esse corpo, hospedeiro de Minh’ alma. É um escudo, mudo, prestes a transbordar. Bruna Pinto.

Abstinência

Eu tenho abstinência dos traços que contornam a tua caligrafia. Eu tenho abstinência dos banhos de chuvas disfarçados de bênçãos, ou das espumas que entoavam o teu corpo debaixo do chuveiro.   Eu tenho abstinência dos teus beijos de outono, no mês de novembro. Eu tenho abstinência da tua essência. Inalar a tua pretensão era a maior vaidade em mim. Eu tenho abstinência da estampa da tua pele. Eu tenho abstinência do teu sorriso; a tua melhor marquinha de nascença. Eu tenho abstinência das cocegas das pontas dos teus dedos revelando qualquer emoção em mim. Era o meu melhor disfarce. Eu tenho abstinência da tua doce inquietude. Eu tenho abstinência do teu coração frágil como de um passarinho. Eu tenho abstinência de todo festim e embaraços de sorrisos. Mas, a maior abstinência que eu tenho, é a felicidade que ria em mim.   Bruna Pinto.