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Mostrando postagens de janeiro, 2018

Milagres

Como um milagre, uma espuma de maça. Como um milagre, a pétala tem corpo de flor. Tão pequena, tão delgada. Deverasmente uma arte, uma magia, uma ilusão, uma libélula. Tão finita, infinita. Um bolero, uma audácia. Como um milagre... Teu sorriso, uma Ode. Teus cabelos, marrom glacê. Tua pele, uma festa. Teus olhos, cor de canela. Teu toque um jardim horizontal. Tuas pintas, um cacho de pitangas. Tuas curvas, o clichê mais lindo. Tua presença, um chocolate. Como um milagre, primavera se torna rosa. Uma chuva de miçangas, uma gota de lavanda. Como um milagre, um crepúsculo quarando a alma. Sentir, sem ti, em ti, milagres. Como um milagre, comi um trevo de quatro folhas. Como um milagre, uma loucura. Como um milagre, tua alma tocava a minha sem usar as mãos. Como um milagre, milagres .  Milagres, Lilás .  Bruna Pinto.

RUBRAS

Rubras como Papoulas em tons de Carmim. Encharcam meu coração em vinho. Afeto que afeta todos os sentidos cá em mim, sentidos. Como um gole doce de vida. Como um relógio sem ponteiros, mas com números, que coloca essa FELICI na minha DADE. É como tirar a sorte nos búzios. Fazem a alegria dançar como serpentinas e confetes. Um carnaval fora de época. Sorrisos intentos que enfeitam o rosto, tocam e colorem a alma. Olhos que reluzem as luzes da cidade. Belas como a Luz do Sol. Acalma, como o mar, salgado, sagrado. Rubras, como um vinho antigo. Estrelas de purpurinas. Rubras em forma de Lótus. Rubras, que inspiram, rimam e se fazem poesia. Rubras como as amoras. Rubras que transFLORmam.  Bruna Pinto.

FOME!

Comi flores, comi espinhos. Comi relvas, comi daninhas. Comi armadilhas, comi medos. Comi acertos, comi erros. Comi o passado, comi o presente. Comi o segredo. Comi um doce, àquele que vicia. Engoli o mundo! Engordei emoções. Medir a dor em fita métrica. Jorrei uma bigorna pungente, urgente. Mãos frias, sangue quente. DopaminaMente. AtivaMente. Como um deslocador de águas existente. Um rio ácido, covalente. Em um olhar entre átomos de histórias. Descarga de tempos. Um sopro de vida. E o mundo pulsa. E o mundo gira. E acaricia. O paraíso do inferno. Como os chocalhos e o grito da flauta doce, é a fome que oculta em mim. Inspira, expira, respira. Alcaliniza a alma em mim. Bruna Pinto.

Flor de Tangerina

Um dia, em minha vida... Quantos fragmentos costurando em retalhos, tornando-se frascos, deixando rastros. Como uma semente, sem maiores intenções, fez florir em meu coração. A natureza se fez contraste em tua alma, naquele instante, plenamente sem intenções, mas envolventemente fazendo poesia, bagunça, armadura, aurora que aponta o amanhecer em todos os sentidos cá em mim. Ah... A Luz contrasta em meio à chuva os teus detalhes. Tua íris castanha, espelho para Minh‘alma que germina em meu silêncio todos os verbos fora da página. Ah... o teu sorriso é um ensaio de melodias. As tuas pintas são desenhos que se escondem no caminho.  Escolha inconsciente, fazendo-se escudo como tatuagem, como mandala em meu coração.                                                                          Passeia pelos meus sonhos e brincas, feito borboleta, sem permissão. Ah... como tambores e flauta-doce, anuncias, sempre a tua chegada. Despertas o melhor que há em mim,

Bordando em Flores

                                                                  Quando o deleite se faz desalento. Quando o verso se faz averso. Quando o tempo em que tudo muda se faz atemporal. Quando a existência faz-se subsistir. Quando as retinas refletem um mundo agridoce. Quando uma linha transborda em ápices atenuos. E quando a cada batida do coração torna-se ambíguo. E quando o medo aborda... E quando! O quanto! O tanto! E quando o toque se faz a salvação. Tudo se veste em retalhos como uma raia de raios estrépitos no silêncio. Quando um pedaço de si jamais continua; onde tudo vai recomeçar. Mas e quando a alma contempla o espelho e não se conhece; reconhece... O espírito salta! Eleva! Pulsa! Chora! Sorrir! Canta! Dança! Inventa! Reinventa! Sonha! Colore! Respira! Adormece! Desperta! Borda em flores! Agradece! Quando tudo o que não se quer é desistir. Quando tudo cá em mim revela-se, invade e fim. Bruna Pinto.

Teus Olhos

Eu vi um sol castanho brilhando nos teus olhos. E percebi que estava presa no sol, no castanho, no brilho, nos olhos. Estranho natural. Mais natural do que estranho. Como um verso simples, um jardim no asfalto. Olhos estes que me fazem arriscar em versos os teus instantes nos meus, como a fotografar na mente o sorriso, o teu sorriso. Uma coisa que ficou em mim, multicolorida. O jeito de flor, o perfume de flor. Onde em dias de Julho ela é primavera. Para quê amendoeiras se os flamboyants contornam os teus detalhes. Tão serena, veste entrelinhas. Uma docilidade, como o encontro da chuva com o mar. Doce como um abraço; doce como o teu olhar. Mas o Outono chegou, chorou sem flor, a paixão amassou, desbotou e rasgou. Mas os teus olhos...                                                                                                                                                                                                                              

RAPTE-ME!

Hoje o sol invadiu o meu quarto com raios completamente peculiares, assim como na minha vida, assim como no dia em que nos encontramos. Os teus olhos parecem água e me faz pensar racionalmente com o coração. Fez-me descobrir que existe algo além do infinito e que neles é onde quero mergulhar de todas as formas sem medo, sem receio. Com você, me sinto em plena sinestesia. Os teus sabores, o teu gosto, as tuas cores, o teu cheiro me embriagam de maluquez e desejo. Faz-me a sensação de ter cem mil asas no estômago querendo voar; ver nuvens em formatos de flores nos caminhos em que venho a perpassar; e até sentir a quentura do sol mais suave.  O movimento do amor é constante. Então, abra os seus braços para que eu possa deleitar, seja a água mais fluente em mim. Traga-me a paz, a ternura, a poesia, traga-me a melodia que eu te darei a eternidade. Seja o dono dos meus sonhos, o motivo do meu sorriso, o laço mais lindo. Então, naturalmente, beije-me! Traga o mel

A ELA

E esta nostalgia me faz sutilmente irrequieta.                                              Foi tão mágico o momento em que nos tocamos pela primeira vez. Nunca imaginei que com você conheceria a melhor maravilha do mundo. Espelho,   vermelho , sorriso, palavras, mãos, olhos, gestos, abraços, toque, sala, quadro, luz, tarde, frio, horas, batom, eu, você, nós. Elo. Os teus detalhes, cada um deles, ainda estão vivos em minha vida. E de vez em quando me pego perguntando: Por que ela? Um egoísmo forte toma conta de mim. Queria que você estivesse aqui comigo, só comigo, para recuperar o tempo perdido. Quem agora me ouvirá? Quem agora me olhará com os olhos mais sinceros do mundo? Quem mais vai me tocar do jeito que você me tocou? Com você aprendi que existe algo além do infinito, com você pude conhecer o caminho de encontro ao meu mais profundo âmago, aprendi o que é liberdade, a ter esperança quando achava que ela já tinha morrido. Com você não tinha medo

E NEM SEMPRE FOI ASSIM

Nem sempre as nuvens mudaram de cor ou transbordaram de luz. Nem sempre as árvores mudaram de lugar ou tiraram as suas raízes da terra para dançar. Nem sempre os pássaros se calaram para ouvir o vento cantar. Nem sempre as ondas do mar de fato chegaram a molhar. Nem sempre as pedras estiveram estagnadas para alguém passar. Nem sempre chuvas de pétalas caíram. Nem sempre as folhas de Outono, foram para as rosas, de tão agrado a se admirar. E em cada descoberta, um milagre. Assim como o pulsar da vida em minha carne. Assim como as promessas. Assim como um sorriso colorido de emoções, um coração a tilintar de esperança, uma lua a se formar em meus olhos, cheio de fé. O cheiro da minha infância, um pedaço de mim que jamais continua, recomeça. O que ocultamente, sempre foi assim.                                                                                                                                                  Bruna Pinto.

A BALA DE MENTA

Se chuva de pétalas caírem hoje do céu, prometo à magia mais linda do mundo.  (mas não se empolguem muito)     ______________________________________________________________________ Sem mais porquês, o pânico foi me tomando, fui sufocando, passos fui dando e tentei abrir a porta. Parei. Fechei os olhos e olhei. Mas, olhei profundamente o que ninguém mais podia ver. E chorei, chorei e chorei. Ah, era uma dor que parecia não ter fim. Acalmei! Vi o tempo movendo-se na minha frente, mas resolvi apanhar um ônibus, qualquer caminho era o destino.  E sentei. Do lado direito o corredor, do lado esquerdo Ela. (cabelos grisalhos, o penteado mais parecia com o da vovó, sabe? Óculos na cara, roupa simples, meio desdentada e duas sacolas na mão).  Ao lado direito D’ela, Eu, ao lado esquerdo a janela. E as rodas começaram a percorrer pelo chão... E o ônibus segue em frente, e vai para a esquerda e vai para a direita e da volta e voltas. E o primeiro gesto. A senhora